O manejo do risco de fauna do aeroporto internacional de Salvador, Bahia, com enfoque na metodologia da translocação das espécies de maiores impactos para a aviação

Pedro Cerqueira Lima

Resumo


Os sítios aeroportuários são áreas de atração de avifauna, por propiciar condições favoráveis à sua alimentação, nidificação e repouso. Entretanto, a presença de avifauna nesses locais, representa risco iminente de acidente com as aeronaves em movimento. O Aeroporto Internacional de Salvador no estado da Bahia fica localizado no Bioma Mata Atlântica, ambiente favorável e atrativo para a avifauna local. Este estudo tem como objetivos: inventariar a fauna do Aeroporto Internacional de Salvador, as espécies envolvidas nas colisões e o potencial risco que elas representam. O Plano de Manejo de Fauna do Aeroporto de Salvador, anterior ao período de outubro de 2018, era baseado na técnica de afugentamento da fauna. A partir de outubro de 2018, foi adotada a técnica de translocação das espécies de maiores riscos. Após o estudo do comportamento das espécies que ofereciam riscos de colisões, foi implantada a metodologia da translocação dessas espécies, para distâncias que impossibilitam ou reduzem o seu retorno. Foram inventariadas 229 espécies de animais, entre outubro de 2018 a agosto de 2022, sendo 162 espécies de aves, equivalente a um aumento de 149,2 % em relação ao período de 2014 a 2018, com 65 espécies. Foram coletadas amostras biológicas dos animais mortos ou capturados, para realização de estudos sobre vírus, bactérias, ectoparasitas e endoparasitas. O carcará (Caracara plancus) foi a espécie que mais se envolveu nas colisões, seguido pelo quero-quero (Vanellus chilensis). O estudo concluiu que após a adoção da técnica de translocação das aves que ofereciam maiores riscos de colisões, houve uma redução de 73,3% do número de colisões com danos a aeronaves no período de 2019-2021, comparado ao de 2016-2018. Além disso, verificou-se que houve uma redução de 50,0% do número de colisões na fase de pouso, e de 37,0% na fase de decolagem, no período de 2019 a 2021 comparado ao período de 2016-2018. Houve também redução do número de horas de pista impraticável em 2019, correspondendo à 06h21min, uma redução de 60,0% em relação a 2018 que era igual a 16h00min. O estudo identificou mais de 95,0% de todas as espécies envolvidas nas colisões.

Palavras-chave


Aeroporto. 2. Gerenciamento de risco de fauna. 3. Levantamento de fauna. 4. Armadilhas de captura de aves e animais. 5. Translocação de fauna.

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ISSN: 2176-7777
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